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quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Timing

Meu ônibus não passa na sua rua mas passa na esquina da. Será ainda a sua rua? Não sei, mas é ali que te imagino, te pressinto e procuro entre os pedestres desde a janela do ônibus como se conhecesse bem seu caminhar. Por muitos quarteirões durante a descida trato de adivinhar seu momento, se a vida amorosa já entrou no compasso, se o ritmo do trabalho às vezes ralenta, se as notas do seu cotidiano se afinam. Quem vê pensaria que falo de amante, mas amor mesmo só tem o que juramos fraterno e é. Intimidade tampouco temos, mas eu chegando perdida-flutuante-e-aflita não sei por quê desenhei em você certezas de porto seguro; agora a fantasia me falha com os emails não respondidos e a falta de notícias. Telefone nem pensar porque ainda me resguardo e a você também, sabe lá em que pauta pousa sua vida. Não há de ser nada porque o que quero é muito pouco. Quero sua presença tranqüila e aquele olhar de que me lembro, sempre do mesmo jeito meio sem-jeito, curioso e carinhoso. Olhar que demora.

4 comentários:

Roneyb disse...

Fala sério! Eu amei tudo nesse pequeno fragmento de lugar mesclado com sentimento, saudade e arte!

Há dias que a gente exercita o pessimismo, olha para o mundo e tem certeza que nossa espécie não vai nada bem.

... esse post é o antídoto para isso!

Uma espécie em que pessoas supostamente comuns escrevem coisas assim é uma espécie com arte e arte é consciência.

Não é a toa que sou seu fã...

Madame Min disse...

Caraca, caraca, mil vezes caraca!
Vai você me fazer encher os olhos d'água uma hora dessas...

Lindo! Maravilhoso!

Beijos,

Min

Naldus disse...

Falta que dói, em sentimentos guardados que de tão grandes mal cabem no seu lugar, precisam ser externados e cá vieram parar. melancólicos? pode ser! entretanto é na melancolia que se revelam as mais belas palavras escritas e guardadas para o mundo. obrigado por dividir seus sentimentos conosco!

beijos, Liebeling!

Priscila Freitas disse...

Perfeito!