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quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Diário da Crise

Segundo dia

Os deputados do governo olhavam um pouco espantados aquela demonstração. Estavam de pé como nós, em respeito ao Hino Nacional. No entanto, pareciam duvidar que existíamos, que tínhamos voz e éramos capazes daquela demonstração, em pleno tempo de emergência. Um país novo está nascendo como uma criança sai da barriga da mãe e eles estão escondidos atrás dos tanques, com medo das bandeiras vermelhas, das bandeiras amarelas, das mulheres coloridas que invadem a esplanada.

Por isso é preciso muita tranqüilidade. Estamos diante de um adversário acuado, com medo e perdendo o contato com o real. Pelo que notei nos corredores do Congresso, ainda não há uma definição exata sobre a vitória na votação da emenda que restaura a democracia no Brasil. Não acredito cegamente no Congresso porque sei que existem muitos deputados capazes de suicidar-se politicamente.

A alegria e a força que sinto em todos nós não morrerá com nenhum desfecho parlamentar. A grande novidade é que o país inteiro tomou consciência da necessidade de dirigir o próprio destino e a grande cartada dessa transição nós jogamos e jogaremos nas ruas. Aí se decidirá nosso destino.

(...)

O desejo que se expressa nas ruas é o do fim da ditadura militar. Podem encontrar vários nomes, várias fórmulas, mas nenhuma conseguirá silenciar o grito de diretas já. Fala-se que diante de uma derrota o povo vai ficar deprimido e voltar as costas para a política. Discordo. O nível de consciência que se ganhou em torno da superação da ditadura é irreversível. E além do mais, nunca foi tão fácil derrubá-la. É só um empurrão de 100 milhões de pessoas retirando da estrada do nosso futuro esse baixo astral que ameaçou nossos melhores dias mas não conseguiu roubar o humor e a esperança.
(Fernando Gabeira, Diário da Crise, 1984)

Estou depositando em você minha esperança. Não me decepcione, baby.

sábado, 11 de outubro de 2008

Hoje é o seu dia, que dia mais feliz!

Vejo minhas amigas da adolescência e é como se fosse um reflexo de mim guardado em algum gesto alheio que resistiu à passagem do tempo.

Vejo minhas amigas com filhos e é como se o meu gesto tivesse uma chance de caminhar devagar para o futuro.

(Festinha de aniversário da Laura.)

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Cérebro eletrônico

Em 2005 eu fiz um regime de internet. Ou greve, se preferirem. Mandei uma mansagem para os meus amigos assim:

Oi, queridos.

"No começo era Offline, e Offline era Bom." Aí veio a serpente com um teclado e estragou tudo.
O caso é que a tentação das mais feias que enfrento é a internet. Eu não sou viciada em internet não, sou viciada em gente. Em conversar com vocês. Portanto, estou pedindo ajuda com o "detox"...
Vou desplugar do msn - desinstalar mesmo, radical, porque eu me conheço. Então, se quiserem entrar em contato comigo, usem por favor o email (esta conta) ou o celular. Podem mandar email mesmo, nem que seja uma linha só dizendo oi.
Eu agradeço penhoradamente pela sua colaboração e por não me darem broncas por eu ter sumido.

Um beijo,
H.

Três anos depois, a vida é mais complicada. Então ficamos combinados:

Celular - bom. Se for mensagem de texto, melhor ainda.
Email - fantástico, tentarei responder direitinho.
Lista - continuarei participando.
GReader - continuarei processando os 200 feeds diários, para delícia de quem me acha spammer, e para me manter em dia com as notícias garimpadas pelo pessoal do clubinho do Jubal.

Msn e gtalk - ficarei desplugada ao máximo, usando o email também para mensagens curtas.
Twitter - o mais difícil! Vou parar de ler em tempo real, mas directs virão para o meu email. Posto quando tiver vontade.
Blip - também quando eu estiver a fim.
Orkut - já faz tempo que tento não responder scraps.
Facebook - também não vou responder wall.

Pela minha experiência nos dois ou três boicotes anteriores a este, minha qualidade de vida vai melhorar muitíssimo. Depois eu volto, um pouquinho menos neurótica...