Maffalda mudou de casa! Redirecionando...

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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Esta é a nossa casa

Não importa quantas vezes eu retorne, o Rio sempre me trata como uma estranha. Andar na praia evidencia especialmente essa má-vontade por parte dele. Não tenho a beleza morena das garotas do Leblon, o dinheiro em férias dos gringos em Copacabana, nem a alegria domingueira dos que vêm do subúrbio. Hoje, por exemplo, o mar rugiu impropérios e a areia tinha conchas quebradas e moscas que se levantavam ao meu passo, enquanto as nuvens conspiravam uma chuva de anoitecer. Só me restou comprar um côco ao quiosqueiro mal-humorado e pegar o ônibus de volta ao bairro das calçadas que pisei mais de mil vezes.

Em se tratando de bares, claro, a coisa muda de figura. Satisfação quase garantida, ainda mais quando se tratam de pessoas dispostas e jogar conversa fora. Calha às vezes de me sentir de novo figura agregadora: sexta passada, 14 gentes, todas brotadas da internet mas uma só que ainda não conhecia ao vivo e em cor. Risadas, fotos a la orkut (agora fazendo biquinho!) e a promessa de novos encontros. Com poucas cervejas já falo pequenas bobagens de que me arrependo um pouco, mas nada de ressacas morais ou hepáticas, já não estou na época. Existe vício em contato social?

O Rio me nega aconchego em suas praias, mas em seus botecos "ele me abre seus braços e a gente faz um país"...

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Das três, quatro.

Das duas, uma: foi decisão ou foi distração. Se foi distração - o menos provável - foi bom mesmo ter acontecido. Não estou disposta a pessoas distraídas, desses já tenho lá em casa. E se foi decisão só me resta acatar o seu livre arbítrio. Em todo caso: decepção.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Tá. (Breathing in)


Blue Nude I, Henri Matisse, 1952

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu

Agora, sim, objetivamente. Passei um carnaval absurdamente divertido. Fui a alguns blocos, já que - dizem - houve um renascimento do carnaval de rua do Rio de Janeiro nos últimos quatro anos. Não brinca!
Brincam uns dez blocos por dia em toda a cidade, e as pessoas nem pensam mais em viajar, e assim as ruas ficam cheias. Programa de índio, mas quem não quer viver pelado pintado de verde uma vez na vida? Se por um lado as almas mais sensíveis reclamam do calor, da chuva, das pessoas suadas, dos ambulantes e suas cervejas nem sempre geladas, da falta de banheiros químicos, do trânsito infernal e de eventuais furtos (carteira, celular e câmera, pra começar), por outro lado há animação de sobra, fantasias divertidas, um clima em geral pacífico, gente bonita (o bloco no Jardim Botânico e o de Santa Teresa foram campeões nesse quesito, o da Lapa também não fez feio), marchinhas antigas, plumas-paetês-e-glitter, confete-e-serpentina, e uma sensação de redescoberta do Rio.
As amigas e seus amigos e os amigos desses constituíram uma turminha que, ao serpentear entre a multidão, me deu mais vontade de sair pulando por aí e me deixou mais "soltinha" (no meu parecer) ou "descontrolada" (no de outrens). Domingo teve dois blocos e quase que o ônibus da cantoria nos leva ao terceiro. Terça foi o dia do maior exagero: foram doze horas de folia. Considerando que eu já estou além da média de idade da juventude carioca bem-nutrida, a minha sobrevivência - atestada neste post - é motivo de orgulho. O ano começa bem e há ainda algum brilho em minha vida.

Seja você quem for, seja o que Deus quiser.

Vinha pensando em alegorias e segredos, em blocos e confetes, mas a turba ensandecida de meus pensamentos só largou de seguir (ou antecipar) o trio elétrico na quarta-feira de cinzas. Quem sabe agora há sobriedade para expressar o que eu sinto.
Sobre o carnaval mesmo conto depois, mas a propósito da época surge a alegoria perfeita: se palavras são máscara, blog (twitter, orkut, msn...) então é fantasia completa. Há tempos me disfarço em escritas crípticas e agora noto que não sou só eu. Não espero que me decifrem aqui, então também não tento adivinhar o outro embaixo da fantasia de pirata, pierrô ou arlequim, sob o perigo de me enganar redondamente e ser enrolada como serpentina. Vamos combinar que o sem-legendas é privilégio de poucos, o resto é intuição e bruxaria. Carece às vezes de palavras adultas e diretas e do despir de adereços.