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sexta-feira, 9 de abril de 2004

Primeiro eu estava assim, nostálgica, pensando em todos os gestos de amigos de que me lembro, gestos, o mexer das mãos, a voz, o olhar, o jeito de me olhar, como dizem meu nome, como tomam café, tudo isso eu perdi, porque ainda me lembro mas não vejo mais, com raras exceções de espiadas pela webcam para ver como ela mexe no cabelo. Até chorei pensando nisso, sem tpm nem nada, pensando em todos esses gestos sendo produzidos a cada segundo sem eu lá, egoismo, né?, toda essa gente que continua vivendo e respirando e se casando e que eu não dou conta nem de ir nem de dizer -eu me importo, uma mudez que me acomete como se sendo assim, grossa, as coisas fossem parar de acontecer mas não páram.
Depois eu pensei que oras, eu estou aqui, há gestos novos pra aprender, vozes novas pra ouvir (uau, que vozes!), novos apelidos, novos olhares azuis ou não. E eu fiquei feliz com a minha capacidade de fazer novas memórias. Só que a bola de cristal me faz falta, me faz falta saber onde estarei e quando vou chorar essas memórias novas. Dramática, eu?
A outra coisa que pensei, essa linda e que me faz feliz, é na quantidade de mulheres bárbaras que encontrei vida afora. Gente fina, elegante, sincera, inteligente, putcha vida, quanta mulher inteligente e bem-resolvida que eu conheço. Eu acho que se eu conseguisse carregar todas elas comigo, como eu tento, seria mais invencível que a mulher maravilha com seu laço mágico e seus braceletes. As mulheres da minha vida são muitas e são maravilhosas, embora às vezes eu ache que há muitos amigos e poucas amigas, isso não é verdade.
Era isso que eu estava pensando.

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