Os hábitos (ou manias, dependendo do ponto de vista) que adotei de uns anos para cá:
- Não compro quase nada por impulso, e não faço mais compras por diversão. Não é sacrifício, é mudança de atitude mesmo. Outro dia fui à Ikea e não me deu vontade de comprar nada, saí até meio decepcionada comigo mesma achando que eu me divertia mais quando era mais consumista... Mas me pergunto: eu preciso mesmo disto? Onde eu vou guardar? Tenho ou já tive alguma coisa parecida? Como é que eu vou manter isto? (Detesto fazer limpeza e lavar roupa e comprar refil, portanto essa última pergunta é válida...) E acabo economizando desse jeito, o que me leva ao próximo item...
- Não conto mais centavinhos. Se eu sair com os amigos e gastar um pouco mais do que achava que devia, paciência. Se eu preciso comprar alguma coisa que vai fazer minha vida mais fácil/prazerosa, não fico alisando o escorpião no bolso.
- Tento usar tudo o que tenho. Isso está longe de ser verdade com as minhas roupas (estou programando uma arrumação que nunca chega), mas é mais do que comprovado com as coisas de cozinha e banheiro. Se não estou usando alguma coisa é porque não gosto o suficiente ou porque estou economizando. No primeiro caso, o destino do objeto é o lixo, e no segundo me convenço de que a vida é uma só e louça bonita é pra todo dia e aquele hidratante legal vai acabar velho e fedorento se eu não usar.
- Conseqüência do item acima: não compro xampu, hidratante e maquilagem se os que tenho ainda não acabaram.
- Outra conseqüência do item acima: tenho menos pena de jogar coisas fora. Nada de ficar guardando barbante, caixa e embalagens de margarina que eu não sou uma velha gagá, por mais ambientalista que seja.
- Exceção: detesto jogar eletrônicos direto no lixo, tento sempre vender ou achar alguém que vai aproveitar, doar. Tenho um amigo que implica terrivelmente com essa minha mania.
- Uso o mesmo produto de limpeza para tudo. Embaixo da minha pia da cozinha tem esse produto, vinagre, bicarbonato de sódio (ótimo para esfregar a banheira), detergente para louça, sabão líquido de lavar roupa e dryer sheets. Nada de limpador de azulejo, água sanitária, branqueador de roupa, etc, etc.
- Não tenho mais televisão. É uma longa história, ou talvez não tão longa: a tevê quebrou e não comprei outra. Eu sinto falta de ver Gilmore Girls (que já acabou), esportes e de fazer sessões de cinema com os amigos. Eu não sinto falta nenhuma da presença física do trambolho, dos mil fios e controles remoto, e do tempo que passava hipnotizada. Agora passo mais tempo online, assisto vídeos no computador, saio de casa para assistir jogos na casa dos outros se necessário, e o melhor de tudo: quem vem me visitar conversa comigo, não com a tevê.
- Tomei um pouco de raiva de gadgets eletrônicos. Ainda tenho alguns (câmera, ipod, celular, hd externo) mas penso mil vezes antes de comprá-los e compro o mais simples. Não tenho mais caixas de som externas para o computador, impressora (e é impressionante como não me faz falta), scanner, usb hub, nem computador desktop. A webcam eu ainda uso mas estou pensando que meu próximo laptop deveria ter uma embutida. Minha vida tem bem menos fios.
- Estou tentando conter as coleções. A de dvds só tem filmes de que realmente gosto ou que ganhei de presente, a de cds não tem tido nenhuma adição, a de livros é constantemente renovada pelo PaperBackSwap, a de moedas acabou sendo usada para lavar roupas.
- Exceção ao item acima: a minha coleção de revistas Real Simple é a coisa mais trambolhosa que tenho e ocupa uma prateleira e meia na minha estante. Comecei a assinar essa revista em 2002 e gosto muito, acho a edição bonita e tal. De uns tempos pra cá comecei a achar que tinha muita propaganda - ainda por cima do tipo que tem papel mais espesso e amostras - e dificultava ler a revista, então comecei a fazer que nem o meu pai (e eu o criticava por isso!) e arrancar todas as folhas que tinham propaganda dos dois lados. Cheguei à conclusão de que as propagandas fazem 25-30% do peso da revista mas mantive a coleção. Este mês achei a revista horrível, todos os artigos são sobre coisas que não têm nada a ver comigo, e pensei em parar de assinar. Aí mudei de idéia outra vez e resolvi que vou continuar a assinatura porque me dá acesso ao site, mas me livrar das edições antigas e recortar só os artigos que realmente me importam. Comecei um scrapbook hoje, é impressionante como eu gosto de cortar e colar, deveria estar ainda no jardim de infância!
- Esta vai aqui no meio disfarçadamente e não dou mais detalhes: parei de usar absorvente.
- Não guardo papéis desnecessários. Meus saldos de banco e cartão de crédito e minhas contas chegam todos por email. É verdade que tenho que me organizar melhor e começar a guardar esses documentos digitalmente, mas não preciso saber em que restaurante jantei em janeiro de 2005. Agora falta eu me acostumar a jogar fora os recibos do que eu compro, porque quando vejo a casa está inundada pelos malditos pedacinhos brancos de papel.
- Estou devendo a mim mesma uma arrumação na caixa de balangandãs, e continuo gostando de anéis colares e brincos, mas no dia-a-dia uso sempre os mesmos: um par de argolas, uma correntinha e um relógio.
- Continuo meio relapsa com os amigos e achando que deveria ter mais contato, mas aprendi muito bem a separar as coisas e não me chatear com as mancadas dos outros, e também a não fazer papel de boba. Okay, "muito bem" é exagero, mas estou melhorando...
O mais importante de tudo isso é que estou levando a vida que eu quero, fazendo meus erros e acertos por minha conta. Tenho muito a comemorar.
Digam nos comentários quais os truques e macetes que fazem sua vida mais fácil, eu estou sempre querendo aprender coisas novas...