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quarta-feira, 23 de abril de 2008

O que há de bom

Coisas bonitas guardadas na memória.

- A tempestade de raios sobre o mar de Guarapari, vista da janela do minúsculo apartamento.
- O casal estudantes de música meio hippies cantando "Marinheiro Só" em frente à faculdade.
- O meu vestidinho marrom que minha mãe insistiu em jogar fora porque não agüentava mais ver.
- O saxofonista no bar tocando abraçado à esposa parecida com a Sônia Braga.
- O sol da tarde entrando pela janela do apartamento da Mariana.
- O cheiro de flor de manga na janela do meu apartamento.
- O reflexo da chama do isqueiro no metal no escuro.
- O arranjo de frutas na mesa de Natal.
- Meu avô dançando valsa comigo no sofá da sala.
- Os adolescentes no ônibus em polvorosa ao ver uma noiva.

Entre tantas outras.


terça-feira, 22 de abril de 2008

Eu não ligo para os ursinhos polares.


É isso. Dia da Terra e eu não consigo pensar na Terra de que todo mundo fala, dos documentários longínqüos da National Geographic, dos viajantes de quem tenho inveja e dos ursos polares.

Quando penso em meio-ambiente me encantam mais as questões cotidianas dos mais de 50% da população mundial que vivem em cidades, como eu. A minha vida ideal numa cidade inclui transporte público eficiente, moradia para todos, um sistema de distribuição de água e tratamento de esgoto eficiente e sustentável, coleta de lixo regular e aterros sanitários bem administrados, uma cidade limpa em todos os sentidos - sem poluição visual e sonora, além das óbvias.

Principalmente, é necessário que cidadãos conscientes façam a sua parte, levando uma vida simples, agindo e interagindo para que todos tenham uma vida melhor.

- Compre menos coisas. Muito menos.
- Desligue a televisão. Não preste atenção nos anúncios. Vá fazer outra coisa.
- Tire o ar-condicionado do modo "geleira".
- Economize água.
- Dirija menos. Ande, pegue o metrô ou o ônibus, use sua bicicleta ou divirta-se mais perto.
- Brigue com o descartável. Use sua canequinha.
- Discuta. Reclame. Exponha sua opinião.
- Calcule sua pegada ecológica.

O que mais você quer/está disposto a fazer? Deixe um comentário!


sábado, 19 de abril de 2008

Noveau Cariocaise

Sabemos que as línguas evoluem, que gírias supimpas ficam velhas, que ter um affair com deliciosos rendezvous na garçonière ficou demodé há muito tempo. Um amigo me avisou que isso seria um problema, que quando eu voltasse ao Rio não entenderia nada, que ele mesmo ria e assentia com a cabeça quando os papos viravam para vocábulos ininteligíveis.

É o meu caso agora. Desde quando se tem "preguiça de alguém"? "Formou?" "Partiu?" "Acho digno", "acho chique". "Eu sou brasileira, não desisto nunca!" "Peguete" e "periguete". "Carão" e "climão".

E como "quem tem amigos não passa mal" (essa é velha), eu sempre descubro o que essas coisas significam cochichando com a pessoa ao lado discretamente. E assim vamos vivendo, à custa de muitas palavras...