Maffalda mudou de casa! Redirecionando...

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segunda-feira, 31 de maio de 2004

Descobrir um blog de uma pessoa que você só conhece de vista produz um encantamento, mesmo. É uma janela muito da indiscreta para os pensamentos e sentimentos de alguém que de outro modo não se deixaria descortinar tão a fundo.
Pode ser isso, ou pode ser que você não tenha nada pra fazer ou esteja entediado pra lá de muito, Paul McCartney!

sábado, 29 de maio de 2004

!

Falta de paciência é uma droga. :(

sexta-feira, 28 de maio de 2004

Da série "Parece ou não parece??".

Post das Mothern sobre A União Duradoura.
Porque sabedoria materna nunca é demais, mesmo que a mãe não seja sua.


Se eu acreditasse em Papai Noel eu estaria escrevendo minha cartinha neste instante.

Había una luna a medias la noche que desquició para siempre los ordenados sentimientos de la tía Inés Aguirre. Una luna intrigosa y ardiente que se reía de ella. Y era tan negro el cielo que la rodeaba que adivinar por qué no pensó Inés en escaparse de aquel embrujo.

Quizá aunque la luna no hubiera estado ahí, aunque el cielo hubiera fingido transparencia, todo habría sido igual. Pero la tía Inés culpaba a la luna para no sentirse la única causante de su desgracia. Sólo bajo esa luna pudo empezarle a ella la pena que le tenía tomado el cuerpo. Una desdicha que, como casi siempre pasa, se le metió fingiendo ser el origen mismo de la dicha.

(...)

Se volvió distraída y olvidadiza. Pedía auxilio para encontrar el lápiz que tenía en la mano, los anteojos que llevaba puestos, las flores que acababa de cortar. Del modo en que andaba podía derivarse que no iba a ninguna parte, porque después del primer paso casi siempre olvidaba su destino. Confundía la mano derecha con la izquierda y nunca recordaba un apellido. Terminó llamando a sus tíos con el nombre de sus hermanos y a sus hermanas con el nombre de sus amigas. Cada mañana tenía que adivinar en cuál cajón guardaba su ropa interior y cómo se llamaban las frutas redondas que ponía en el jugo del desayuno. Nunca sabía qué horas eran y varias veces estuvo a punto de ser atropellada.

Una tarde hacía el más delicioso pastel de chocolate y a la semana siguiente no encontraba la receta ni sabía de qué pastel le hablaban. Iba al mercado para volver sin cebollas, y hasta el Padre Nuestro se le olvidó de buenas a primeras. A veces se quedaba mirando un florero, una silla, un tenedor, un peine, una sortija y preguntaba con la ingenuidad de su alma:

- ¿Para qué sirve esto?

Otras, escribía en cualquier cuaderno toda clase de historias que después no podía leer porque con el punto final olvidaba las letras.

En uno de estos cuadernos escribió la última vez que supo hacerlo: "Cada luna es distinta. Cada luna tiene su propia historia. Dichosos quienes pueden olvidar su mejor luna."


(Angeles Mastretta, in Mujeres de Ojos Grandes)

Agora não peça, não me faça promessas...
Ontem tive a conversa que temi por anos, e foi exatamente, repito, e-xa-ta-men-te como eu achei que ia ser. Sem pedidos de desculpas, com acusações e intrigas, eu sendo a que corre atrás, e vamos botar uma pedra nesse assunto. Se nada mais me resta, pelo menos o gostinho de saber que sim, eu estava certa, sim, eu conheço as pessoas com quem convivi. E não perdi nada.

Mate
Até que enfim aprendi a fazer um mate que preste!
Bueno, che! Que querés? No soy de allá ni nada!

Eu e a música
Na nossa casa não se ouve música. Nossa, digo, onde eu cresci. "Mas nós não somos musicais", é o que se diz. As canções preferidas do meu pai são, no máximo, umas quatro, todas com mais de 30 anos (foi mal aí, Pai, mas o senhor tá véio mesmo!). Minha irmã só ouvia música brasileira, e apesar de também não ser muito ligada musicalmente só comprava disco bom. Impressionante. Já minha mãe é eclética, ouve bastantes coisas diferentes, se comparada à média da casa.
Pois eu gosto de música, sim. Não chego a ser fanática, e morro de inveja de gente que sabe de história da música. Qualquer história de qualquer música: conhecimento profundo de rock, jazz, mpb, bossa nova, o que for. Sempre me agradou a voz: me encanta a idéia de que o corpo é um instrumento, e também gosto de ouvir letras.
E é pelo que se diz em uma canção que estou fazendo este post. Com minha às vezes extenuante boa memória, sempre acho um verso que descreve o que estou vivendo. Eu poderia contar tudo através de bons cut-and-paste. No entanto, não o faço por medo de chapar ainda mais minha criatividade.
É por isso que eu não vou dizer que quem diz muito que vai não vai, assim como não vai, não vem.

quinta-feira, 27 de maio de 2004

Lista de compras
Do Brasil
Meias (de bichinho ou coloridas)
Calça jeans (sem balangandãs)
Creme de cabelo (o potão de camomila)
"Olhos de Farol", do Ney Matogrosso, pra um amigo meu que pediu
Café em grão pro Enrique que me pediu quando eu fui e eu esqueci de comprar
Mais um par de havaianas (marrons ou azuis, rosa já tenho)
Lentes de contato (vou conferir o grau e a curvatura)
Bombons Garoto pro Gastón
Uma camisa do Brasil? (Qualquer modelo serve!!! Me recuso a viver numa casa onde só há camisa da Argentina!)
Cachaça??
Pilão pra fazer caipirinha? (Mas só se for fácil de achar...)
Chá de cidreira que o daqui não prestou.

Da Argentina
Bombachas de campo
Yerba
Unos alfajores

Por enquanto é só. Stay tuned!

quarta-feira, 26 de maio de 2004

Eu tenho um terapeuta via msn, nem devia estar falando que é pra não fazer propaganda. Mas ele é dos bons: só faz pergunta difícil e depois que converso com ele estou parecendo uma árvore de Natal, com um monte de lampadinha acesa nas idéias. Obrigada, Carpe!

terça-feira, 25 de maio de 2004

Mulher fica deprimida e bora pro shopping dana a gastá. Mas eu, eu não, muquirana e munheca-de-samambaia que sou vou ali na esquina e compro dois vestidos bem baratinhos e fico feliz da vida. Os dois vestidos e três camisetas de alcinha de malha, ficou o preço de um vestido barato, se é que vocês me entendem e têm noção do que eu tô falando. Se alguém perguntar pelo msn eu digo o preço. Agora só tenho que ver o que faço com a minha barriguinha que transpareceu nos dois, a perna branca é outra história.

E a todos aqueles que me aturam, o meus agradecimentos penhorados. Muito obrigada.

E se eu achar tudo chato e o céu for feio?

domingo, 23 de maio de 2004

BARATO TOTAL
(Gilberto Gil)

Quando a gente tá contente
tanto faz o quente, tanto faz o frio, tanto faz
que eu me esqueça do meu compromisso
com isso e aquilo que acontece dez minutos atrás
Dez minutos atrás de uma idéia já deu pra
uma teia de aranha crescer
sua vida na cadeia do pensamento
que de um momento pro outro começa a doer
Quando a gente tá contente, gente a gente quer pegar
Batata pode ser um barato total
Tudo que você disser deve fazer bem
Nada que você comer deve fazer mal
Quando a gente tá contente, nem pensar que tá contente
Nem pensar que tá contente a gente quer
Nem pensar a gente quer, a gente quer é viver

sábado, 22 de maio de 2004

Heeeey! I'm a trouper!

quinta-feira, 20 de maio de 2004

Como é que era? Ah, sim: agora me arrependo, roendo as unhas...

Conversa vai, conversa vem, deixei este comentário lá na Meg:

Só queria deixar bem claro que eu ADORO Cem Anos de Solidão!!!
(Mas gosto mais de O Amor nos Tempos do Cólera. É perfeito. El corazón tiene más cuartos que un hotel de putas.)


Se não enfiasse os pés pelas mãos, não era eu. Se não deixasse tudo pra última hora, também não. Se não morresse de nervoso, seria um alien na minha pele.
Ufa! Ainda bem que me reconheço nesse reflexo, nesse espelho. Tudo tem seu lado bom.

terça-feira, 18 de maio de 2004

- O que você quer? O que você quer, de verdade? Mas e você, o que quer?

A pergunta vem repetida por todos os lados, em estéreo, estéril.
Mesmo quem indaga sabe que somos poucos os que deveras sabemos.

Eu quero a sorte de um amor tranqüilo, eu só quero que você me queira, eu só quero chocolate, I want some sugar in my bowl, quero encontrar pelo caminho um cogumelo de zebu, hoje eu só quero que o dia termine bem, eu só quero fazer parte do backing vocals, e cantar o tempo todo "shoobedoodaudau".

Ah, bruta flor do querer, ah, bruta flor, bruta flor.

domingo, 16 de maio de 2004

Vai ser assim.
No aeroporto, ganharei beijos e muitos abraços pendurados. Vai estar um calor daqueles. Vou pra casa, tomo um banho pra tirar o cheiro de avião, embora a viagem não tenha sido tão comprida assim. Aí vou a um salão fazer a tortura mor, depilação. Depois também corto o cabelo, faço pés e mãos. Sempre falando. A essa altura eu terei tomado bastante água e litros de coca light.
Depois eu vou fazer compras, mas não muitas. Duas ou três blusinhas, uma camiseta com o nome da cidade, muito brinco-perua-de-argola com a mestra das mestras pra me ajudar a escolher. Talvez compre também uma sandália de plataforma, se tiverem 40. Hmmm, um jeans. Ou uma calça preta.
Tudo isso de manhã, aí podemos almoçar no shopping mesmo, quem sabe um crepe, depois torta de limão.
De tarde eu passo na agência de publicidade, mais beijos, mais abraços, falar potóca um pouquinho, combinar pra noite. Dormir de tarde, ser acordada pela mãe, tomar outro banho - eu disse que vai estar calor? - passar prifume, sair pra jantar. Se não for sushi que eu cégue! Conhecer aquele moço moreno que está sempre com elas.
No dia seguinte, praia com as duas moças, aprender cada gesto e cada cara que não vi até agora. Aprender o sotaque nos mínimos detalhes, soltar expressões sem sentido, rir à beça, fazer carinho sem medo de ser feliz e supita.
Rinse. Repeat.
Tenho que ir a Recife logo...

sábado, 15 de maio de 2004

Estou ouvindo Sinatra e Jobim mas é porque eu sou boba, eu tinha mesmo era que estar ouvindo Djavan, Djavan na veia.

Eu não sei,
que será de mim!
Eu não sei
e nada me importa saber
eu só sei,
que havia um mar à vista ali
você passou assim por mim
e eu me perdi.

Meu olhar se mirando em teu olhar
se eu pegar na mão , te beijarei
te beijarei
não consigo mais de vontade de ficar
o que há entre eu e você
é raro
é na falta de ar do teu olhar
que o sufoco crescerá eu sei,
ora se sei!
Não encontro mais nada pra me segurar
tudo poderá acontecer
é claro!

E um cheiro de amor
Empestado no ar a me entorpecer
Quisera viesse do mar e não de você
(...)
Porque seu coração é uma ilha

é um sacrifício dizer um não
em seu ofício de obedecer à paixão
seja como for, sempre se faz por prazer
tudo o que o amor diz
aliás, quem não quer ser feliz?

Não sei julgar o que há em ti
Sentir com precisão
Se é fogo ou água, já desisti

Queimem o que sobrar de mim, espalhem as cinzas em Maceió!

Film noir.
Vou dormir com um sorrisinho no canto dos lábios, e a bênção de Santo Antônio. Sem cantar vitória, mas com o dever cumprido.

sexta-feira, 14 de maio de 2004


Eu não consigo imaginar uma casa que, tendo a presença dela, não seja cheia de boas energias e muito abençoada. Mas não se peca por sobra de amuletos... A arvorezinha que ela me deu está aqui, presença constante já em dois apartamentos.

Se eu vou à praia no Rio as pessoas apontam e riem, aqui até que eu não sou tão branca. Mas é só eu tirar a roupa que o sol esconde. Vou acabar comprando um desses bronzeadores sem sol, é o único jeito de eu ficar marronzinha.

Agora um alegrinho, pra ninguém achar que eu estou muito deprimida.

Lindo, lindo, lindo. Acordar cedo, trabalhar um pouco, vir pra escola de biquíni. Achar que ia apanhar da orientadora, não apanhar, sair da reunião com fome. Ficar com preguiça de comprar comida e um amigo oferecer, mas depois sair pra comprar bebida alcoólica. Ouvir um pouco de espanhol neste mar de inglês. Tomar sol pra ver se fico mulata, esperar o fim de semana.

Bom fim de semana.

quinta-feira, 13 de maio de 2004

Este é o post 952.

quarta-feira, 12 de maio de 2004

Eu já falei de cansaço. Este é meu novo tema recorrente (como se eu não tivesse suficientes...). Eu estou cansada do meu trabalho, da minha orientadora, de tentar trabalhar e não conseguir, de tentar me divertir e me sentir culpada por conta do trabalho. Eu estou cansada de ser superficial, de viver pra sempre na casca de tudo, de não me aprofundar mais. Eu estou cansada de ver as mesmas pessoas todos os dias, estou cansada do meu próprio sotaque, estou cansada de não ter uma máquina de lavar louça. Estou cansada dos programas de tv, dos comerciais, do consumismo. Estou cansada da comida. Estou cansada das minhas roupas, às vezes me canso do meu cabelo, estou cansada de fazer depilação (mas ainda não parei). Estou cansada de ter uma mente que só faz voar, estou cansada de não saber fazer silêncio. Estou cansada de pensar que o verão está aí e eu amo o calor mas que o inverno vai vir antes que eu perceba. Eu me canso à toa, sim, mas eu estou cansada. Um cansaço de tudo.

terça-feira, 11 de maio de 2004

Então, faz de conta que já são 8 e pouco...
Tímida eu já sei que eu não sou muito. Fiz um teste hoje (parecido com o aí do link) e deu a média, normal e comum. A única dúvida que a galera teve foi quanto ao significado de socially awkward (aliás, awkward é uma palavra que eu adoro, uma dessas que quando pronunciadas já dizem ao que vêm). Se é piscar um olho nervosa e descontroladamente acho que não sou não. Mas se é ficar mais vermelha do que um pimentão por qualquer coisinha besta, tô mal!
Isso de olhar as pessoas nos olhos é um capítulo à parte, não vamos entrar em detalhes embaraçosos...

Agora dá pra mentir via blog. Por exemplo, fingir que não postei a esta hora absurda, mas às 8 da manhã.

Eu estou achando que estou sendo superficial, que meu sorriso não é uma fenda escavada no chão como deveria ser, que não estou pisando com a força que deveria.

Mas pode ser que eu esteja apenas com sono. É, vai ver é isso...

Minha sorte, mesmo, é que Lavoisier também se aplica a sentimentos, amizades, tudo. Eu tenho uns momentos adolescentes de vez em quando, saibam desculpar. Voltamos à nossa programação normal.

segunda-feira, 10 de maio de 2004

O Zamorim avisou e vim conferir: a interface nova do Blogger é de-tes-tá-vel. Não é nem daquele tipo "ah, você se acostuma!", é ruim mesmo!

domingo, 9 de maio de 2004

Seu olhar é simplesmente lindo
Mas também não diz mais nada
Menino bonito.


O ser misterioso tem um olhar que não é transparente. O ser misterioso jamais fala de si mesmo, menos ainda começa frases com a palavra "eu". O ser misterioso tem um passado obscuro ao qual só se refere, vagamente, se perguntado. O ser misterioso não fala dos pais. O ser misterioso tem irmãos, mas não se sabe quantos são. O ser misterioso tem uma idade que é adivinhada pelas suas referências culturais. O ser misterioso pode saber o que você pensa, mas sempre deixa a dúvida. O ser misterioso tem fãs, mas não manda foto autografada. O ser misterioso preza por sua privacidade. O ser misterioso também não escreve emails, e quando o faz não escreve mais de três palavras. O ser misterioso não tem namoradas e não aceita ser apresentado a ninguém, mas também não tem namorado. O ser misterioso sempre se faz de bobo ao receber pequenas cantadas. O ser misterioso ignora olhares e bilhetes. O ser misterioso confunde. Fujamos do ser misterioso.

El ser misterioso tiene una mirada que no es transparente. El ser misterioso jamás habla de si mismo, todavía menos empieza frases con la palabra "yo". El ser misterioso tiene un pasado obscuro al cual solo se refiere, vagamente, si preguntan. El ser misterioso no habla de los padres. El ser misterioso tiene hermanos, pero uno no sabe cuantos. El ser misterioso tiene una edad que es adivinada por sus referencias culturales. El ser misterioso puede saber lo que uno piensa, pero siempre deja la duda. El ser misterioso tiene admiradoras, pero no envía fotos ni autógrafos. El ser misterioso es celoso de su privacidad. El ser misterioso tampoco escribe emails, y cuando lo hace no escribe más de tres palabras. El ser misterioso no tiene novias y no acepta ser presentado a nadie, pero tampoco tiene novio. El ser misterioso siempre se hace el tonto al recibir pequeños piropos. El ser misterioso ignora miradas y notitas. El ser misterioso confunde. Huyamos del ser misterioso.

Se eu já postei esta música desculpem, eu errei. O dia de postá-la era hoje.

Call Waiting
lyrics & music: Marie Daulne

I just want to tell you
I’m with and behind you
do what you have to do
I’ll still be there

it’s like 2 trees
neighbours for a thousand years
it’s like body and soul
you and me
it’s meant to be
can’t you see

it’s like an island in the middle of the sea
it’s like a soft wind
caressing my warm skin
you and me mixing together

you and me and me and you

O dia sem fim (ou: algunas acontecimentos de ontem)

- Um amigo ficou sabendo que a bolsa dele não vai ser renovada. Ele só soube disso porque precisava de uma carta pra renovar o visto. Se não fosse por esse pequeno detalhe e o fato de ele estar indo pro Brasil em uma semana, ele só ia saber disso na véspera de perder o emprego.
- Alguém que eu amo demais da conta me ligou muito triste. Eu, claro, chorei de cá também.
- Teve um churrasco na casa do cara que está perdendo o emprego. Quando chegamos lá, ele tinha derrubado um saco de carvão inteiro em cima do sofá da sala.
- O livro que eu deixei no escaninho de uma outra brasileira aqui na universidade desapareceu, escafedeu-se.
- Um outro amigo nosso foi ao churrasco levando um colega de trabalho dele. Lá pro meio da festa o cara disse que nós tínhamos que ter vergonha de fazer graça com a cara do nosso amigo e foi embora, deixando todo mundo com o olho arregalado.
- O dono da casa teve um momento deprê e chorou um pouquinho na varanda.
- O Gastón estava cansado e queria ir embora. Quando eu finalmente concordei, ele descobriu que tinha deixado as chaves dentro do carro.
- E eu não trouxe as minhas chaves de casa pra pegar as chaves reserva.
- Mas eu deixei uma janela de casa aberta e ele conseguiu entrar. Quando ele voltou (de carona, claro), abriu o carro e descobriu que a bateria tinha acabado.

A bateria finalmente foi recarregada e voltamos pra casa.

sábado, 8 de maio de 2004

O Blogger está falando que vai mudar de cara. Já estou nervosa.

terça-feira, 4 de maio de 2004

A minha história não termina aqui. Ela é um pedaço de hélice, sob certos ângulos tem-se a impressão de que apenas começa, mas não: vem de tempos imemoriais. Mesmo o pedaço que testemunhei às vezes parece tão longo que até me canso. E a hélice se estende a perder de vista, pois quem pensa em um fim não sabe do que fala.
O único problema é que ter consciência de que a hélice gira sozinha não me ajuda muito. Primeiro, porque se ela vai girar mesmo surge a preguiça - eu? - de tomar caneta e papel e desenhá-la. E, depois, ainda que tenha a minha ajuda, controle eu não tenho sobre para onde serpenteará a danada.
É por isso que o meu primeiro impulso é encolher-me e ficar assim, quietinha, e, esperar o mundo passar lá fora, tomando a precaução de espiar pela beirada do cobertor vez por outra.

I have heard what the talkers were talking.... the talk of the
beginning and the end,
But I do not talk of the beginning or the end.


(Whitman, Song of Myself, trecho)