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quinta-feira, 27 de novembro de 2008

All I want for Christmas is you

Em 2005 escrevi um manifesto sobre um Natal sem presentes que na verdade era uma desbragada lista de desejos. Numa demonstração de suprema cara-de-pau reedito e traduzo esse post, agora que meu aniversário está chegando e as pessoas já dizem "Feliz Natal" livremente.

Naquela época eu já estava tentando simplificar a minha vida, demonstrando preocupação com o meio ambiente, meu bolso e minha saúde mental. De lá pra cá, duas mudanças e uma viagem internacional depois, meu apelido em família é "carmelita descalça". Ainda tenho recaídas, e minhas noções de organização não são tão boas quanto eu queria, mas meu consumismo murchou e quase morreu. Cada vez que vejo um objeto de que gosto um pouco, penso em como carregá-lo em caso de mudança e minha empolgação vai embora.

Além disso, os feriados são uma fábrica de fazer loucos. As pessoas percebem isso mas continuam fazendo tudo igual: correria, compras, comida, stress, decorações, embrulhos, bebida, tudo em exagero. Pode ser que um dia eu tenha dinheiro o suficiente, fígado, paciência, espaço em casa (pra festa e pros cacarecos), mas por enquanto meu feriado é feito só de seres queridos.

Estou sendo meio radical, mas não estou sozinha. Existem o Dia Sem Compras (amanhã), o Natal Sem Compras, e o Natal de Cem Dólares. E neste mundo cheio de chás de panela, o Zander e a Vera se casaram (Mazel Tov!) e deram um exemplo lindo: pediram doações a instituições de caridade como presente.

Nada disso quer dizer que eu não gosto de presentes. Só acho que temos que ir com calma e achar um padrão sustentável. Adoooooro presente. Dito isso, minha lista de desejos...

Presente pra quem não quer presente

compráveis

Se você quer mesmo me dar uma coisa comprada, tente achar algo que seja diferente. Artesanato, ou algo consumível, como chocolate ou bebidas. Ou livros, que são sempre uma boa pedida, comprados à loja do seu bairro para fugir dos monstruosos shoppings.

usados

seus trens - Sim, eu quero suas tralhas. Se você não usa e acha que vou gostar, explique por que e adorarei ter algo para lembrar de você. Mas não se engane: se for um elefante branco, vai ser reciclado sem muito dó!
sebo/brechó - Em vez de comprar algo novo, compre uma coisa de sebo ou brechó. Vou gostar, desde que não tenha cheiro forte de poeira (eu sou alérgica).

tempo
ensine-me - Tem um monte de coisas que não sei fazer: cantar, cozinhar, dirigir... Pessoas talentosas podem doar seus esforços, embora em Minas digam que "burro velho não pega marcha".
sirva-me - Cozinhar pra mim, consertar meu computador, me dar uma carona, me ajudar a me organizar... Ofereça e juro que não serei muito mandona (só a pedidos). E pode ser o crédito, não precisa ser agora, durante as férias.
momentos bons
- Jantar, beber, andar na praia, conversar, tomar café, ler o jornal juntos, ir ao cinema ou ao teatro... Tá valendo! Outro dia li sobre uma turma de amigos que faz um brunch de domingo e cada um combina de levar um jornal, e as pessoas passam a manhã assim, jogando conversa fora e lendo notícias...

caseiros
Sou contra essas idéias de artesanato onde você transforma uma coisa que você não quer em outra de que não precisa. O resultado final em geral não é lá essas coisas e o tempo gasto adiciona ao stress. Pense em algo que seja fácil e você sabe que vai sair bom, como juntar as suas músicas preferidas numa playlist, ou um caderno de receitas tão simples que até eu posso fazer (ó o desafio!), ou impressões das fotos mais embaraçosas do ano que passou.

fotos - Imprima as mais legais, ponha legendas. Ou coloque num álbum online bem cuidado...
cds - Ou um pendrive com músicas bacanas.
performance - Cante, dance, sapateie, represente.
arte - Mas nada que quebre.

pontos de dharma/crédito universal
Seguindo o exemplo da Vera e do Zander... Se quiser fazer uma boa ação pensando em mim e me dar um abraço depois, ajude o pessoal lá de Santa Catarina, que a coisa está feia. O blog AllesBlau tem mais informações e este mapa tem alguns pontos de coleta de donativos. Quem quiser ajudar o pessoal aqui de perto pode contribuir com a Casa do Oleiro, cujo trabalho sério eu tenho acompanhado de perto.

Sou ou não sou muito fácil de agradar?




A música que deu título ao post, em Love Actually.

11 comentários:

Anônimo disse...

Um cursinho básico de gaita ajuda? ;)

Maffalda disse...

Claro que ajuda! Eu adoraria!

Anônimo disse...

Oi Heloisa, quando der, dê uma olhada nesse meu post lá no TQG:

garotaS cariocaS

vamos nos encontrar ao vivo a cores entre 11 e 20 de dezembro, no Rio? Sugiram o local : )

Andrea

Carol

Fernanda

Garotas do Data Especial

Maffalda

Maharani

Mulher de trinta

Roneyb disse...

Aha! Então já sabemos o que vamos te dar de presente! Espero que vc goste... Vou fazer mistério!

Drika disse...

ok, me diga quando é seu aniversário e te ensino a cozinhar seu prato preferido.
(com limites, comida oriental eu ñ sei fazer)
beijo.

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Anônimo disse...

olha esse vídeo com a mesma música:
http://vimeo.com/445255
beijo!
weno

Anônimo disse...

Dicas maravilhosas, Maffalda. Estás participando do sorteio no Faça a sua parte. Obrigada.
beijo, menina

Anônimo disse...

Adorei a postagem!
Sou repórter da TV Brasil, no Rio, e pensei que seria interessante fazer uma matéria sobre esses presentes de Natal inteligentes e alternativos que você sugeriu. Quer ser minha personagem? Se estiver interessada e/ou puder me indicar amigos com o mesmo perfil, por favor me mande um e-mail:

glaucetolomei@tvbrasil.org.br

Obrigada,
Glauce

Laura_Diz disse...

Gostei daqui e do seu jeito. Tb amo a Mafaldita. bj Laura

Carol disse...

Certa vez dei de presente pra minha mãe uma tarde em um spa, com massagem e banho de ofurô. Ela gostou. :-)