Da transferência de dados
Leia Jane Austen e voce terá uma idéia de como era a paquera da Inglaterra de sua época. Olhares, visitas, bailes, cartas, livros de poesia lidos em voz alta, recados, piqueniques e alguns diálogos cheios de sentidos e intenções eram tudo com que jovens amantes contavam para determinar compatibilidade e caminhar rumo a um matrimônio que tinha que durar ‘até que a morte os separe’.
Houve variações incrementais nesse processo até alguns anos atrás. Pense na geração de nossos pais: rapaz e moça se conheciam e tratavam de procurar semelhanças: quem conhecemos em comum? de quais músicas/filmes/livros gostamos?
É claro que a internet veio aumentar a taxa de transferência de informações. As amizades em comum e apresentações virtuais se dão por redes de relacionamentos. Aí também se encontram as afinidades, assim como nos blogs, fotologs, last.fm e afins. E os rápidos diálogos dão lugar a longos papos no gtalk. Isso, claro, sem contar o Google, grande amigo das marias nerdeiras. Basta um hit com o nome do rapaz em um fórum de astronomia para Aldebaran aparecer no próximo diálogo.
No fim das contas, não há largura de banda no mundo que possa carregar olhares ou toques. Mas a satisfação de levar uma conversa inteligente com alguém que tem muito a ver com você - seja ao vivo numa mesa de bar, sozinhos ao pé do ouvido ou via instant messenger em pleno meio-dia da terça de trabalho - não tem preço!
Este post foi publicado originalmente em 9/4/08, no blog Maria Nerdeira. Se quiser comentar, dê um pulinho lá e leia os outros artigos.